Conheça a história de Marcio & Ellen que em entrevista ao Jornada Vegana abrem o verbo sobre veganismo e vida em casal!
Jornada Vegana: Como vocês se conheceram… Qual é a história inicial do relacionamento?
Marcio de Almeia Bueno: no final de 2007, vi o perfil da Ellen no finado Orkut. No final de novembro/começo de dezembro, fizemos um protesto na frente de um circo que tinha animais, o que já era proibido aqui no RS. Foi a primeira vez que a vi, e me chamou atenção, porém não associei à pessoa que vi na Internet, e só fomos conversar no outro dia, quando eu estava encaminhando aos demais ativistas as fotos do evento. Dias depois já era o aniversário dela, aí eu dei um livro de presente, ‘O Dicionário do Diabo’, que por acaso possui mutos trechos sobre animais, carne e sarcasmo. Eu já era vegetaraino desde 1995, e vegano desde 2005/2006.
Ellen Augusta Valer de Freitas: Começamos a conversar online e tempos depois começamos a nos relacionar.
JV: Quais são as maiores dificuldades enquanto casal vegan?
MAB: acho que nenhuma, na verdade. Temos um estilo de vida bem ‘de guerrilha’. Compramos em feira, vamos a brechós beneficentes e somos protagonistas no veganismo e no ativismo aqui no RS. Comemos bem, vivemos uma vida sem correria, passeamos bastante e não temos os estresses que a maioria das pessoas pega pra si, na sociedade atual. Não temos TV, mas biblioteca, não temos carro, mas trabalhamos em casa, essas coisas.
EA: Não vejo dificuldade alguma. Acredito que poderá haver as mesmas de outro casal qualquer. Porém ser vegano não soma nenhuma dificuldade. A consciência vegana, ao contrário, simplificou nossas vidas.
JV: Como é o convívio com a família e amigos (são veganos, compreendem a filosofia, topam mudar o cardápio para estarem com vocês…)?
MAB: minha mãe é uma protetora reconhecida aqui no RS, até já ganhou medalha da Assembleia Legislativa. No fundo ela entende todas as questões do veganismo, anti-especismo e libertação animal, mas a teoria na prática é outra. Eu não tenho grandes convivências familiares, e meu círculo de amigos ou conhecidos faz parte da causa animal, ou está muito próximo. Realmente não tenho paciência para senso comum, orgulhosos e outras pessoas desagradáveis.
EA: Não convivo com família.
JV: Quais são os segredos para um relacionamento entre vegetarianos/veganos serem menos complicados? Existe afinal um segredo???
MAB: Não sei se é menos complicado… porque nós somos duas pessoas de opinião, intelectualmente instrumentalizados, com produção constante de textos palestras etc. Ou seja, são duas personalidades fortes. Mas a rejeição pelo conformismo, bom-mocismo e subserviência sempre foi elo entre a gente.
EA : Talvez o segredo é não ter segredos e ter opiniões fortes.
JV: Há algo que gostariam de acrescentar que não foi perguntado?
MAB: Acho que um ponto importante, que a maioria das pessoas quase automaticamente associa a ‘casal’, é que não teremos filhos. A decisão é parte política, parte escolha de vida. Entrou em jogo tanto a questão do superpovoamento do planeta quando o interesse de saborear a vida adulta sem obrigações, preocupação e empenho financeiros. Claro, tem até quem se ofenda quando se diz isso. Mas muitos, mesmo com filhos, parabenizam e dizem invejar a postura.
EA: Considero importante o fato de que sendo um casal, sou independente como mulher, e ele é independente como homem. Não gosto daquela ideia que as pessoas fazem de que todo casal anda grudado e faz sempre as mesmas coisas, pensa da mesma maneira, gosta das mesmas coisas. Existem duas pessoas distintas dentro de uma união.
O Marcio e a Ellen são colunistas do ANDA e o Jornada Vegana aproveita a oportunidade para indicar a leitura dessas duas colunas sensacionais!
A coluna do Marcio é a Vanguarda Abolicionista e você pode conferir clicando aqui.
A coluna da Ellen é a Desobediência Vegana e para conferir basta clicar aqui.