Como eu entrei em forma

Olá galera! Nesse post vou contar um pouquinho sobre como eu entrei em forma e melhorei a minha qualidade de vida e e espero que o meu relato pessoal possa  motivar a todos aqueles que estão buscando atingir o mesmo objetivo que tracei pra mim quando percebi que precisava alterar a minha forma de interagir com os alimentos para ter mais saúde e melhor condicionamento físico.

Para não gerar dúvidas gostaria de esclarecer os seguintes pontos antes de começar o meu relato:

1- Veganismo não é APENAS dieta, pois é por si só uma filosofia de vida e um modo de agir que também envolve a alimentação.

2- Não estou dizendo que todas as mulheres devem ser magras e malhadas e em nenhum momento estou relacionando a magreza com a auto estima elevada pois as duas coisas podem estar ou não associadas dependendo do objetivo de cada pessoa e de suas implicações e desdobramentos.

3- Esse é um relato do que deu certo pra mim e não é necessariamente o que dará certo para todas as pessoas.

4 – Apesar de ser profissional da área da saúde e dar conselhos de alimentação vegana as instruções do site não substituem ou descartam uma consulta feita por um nutricionista e suas recomendações.

Dito isto, espero que todos interpretem minhas palavras da melhor forma possível e sintam-se motivados a também lutar por melhorias na própria saúde.

Como eu era antes de engordar

Eu sempre fui magra, dancei ballet por 8 anos e por mais que não me alimentasse de absolutamente nada saudável eu conseguia me manter magrinha por estar praticando alguma atividade como as aulas de educação física do colégio, teatro, dança…

Obviamente crianças tem maior facilidade de perder peso, até mesmo pela fase de crescimento e o metabolismo acelerado.

Eu vivia doente quando era criança, sempre com sinusites, gripes muito fortes, dores musculares, cansaço fora do comum e outros sinais que deveriam estar me alertando e alertando a minha família de que algo precisava ser revisto com mais cuidado… Mas eu era uma criança difícil para comer e entre me deixar sem comer ou me dar qualquer coisa que eu pedisse pra comer a minha mãe e meu pai escolhiam a segunda opção e tenha certeza que eu só pedia coisas como nuggets, hambúrgueres, salgadinhos de pacote, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e tudo isso acompanhado de um copo de refrigerante.

Por mais que minha mãe inúmeras vezes tenha tentado me dar legumes eu chorava, fazia greve de fome e afirmava não gostar mesmo antes de prová-los.

Durante a adolescência parei de fazer Ballet, e como a rotina no colégio de formação de professores era muito intensa com estágio fora eu não tinha tempo e nem ânimo para me exercitar e acabei deixando de lado a  aula de treinamento funcional que fazia 3 vezes por semana na praia, e por ficar o dia inteiro fora de casa acabava apenas lanchando ao invés de fazer refeições completas, eu bebia pelo menos 600ml de refrigerante por dia e comia diariamente biscoitos a base de milho e salgados fritos, nessa época eu já era vegetariana, mas nem de longe pensava em comer mais saladas, frutas e legumes.

No final de semana eu poderia comer melhor pois passava o tempo todo em casa, mas era irresistível a vontade de devorar uma pizza giga inteira sozinha durante o domingo.. Então eu não comia muito melhor quando estava em casa.

Ao me formar no ensino médio eu estava com 48kg, um peso até bem baixo para alguém de 1,63 m. Eu era uma adolescente magra e despreocupada com a saúde.

Como eu engordei

Toda mudança gera expectativa e pode gerar ansiedade, e como sempre fui magra sem nunca ter me esforçado pra isso me acostumei a ‘curar’ a minha ansiedade e todas as outras emoções perturbadoras comendo…

Com 19 anos eu entrei na faculdade de fisioterapia, e durante os meus primeiros 6 meses comi de segunda a sexta todos os dias um copão com 12 pães de queijo e uma latinha de coca cola logo pela manhã na faculdade.

Como a distância da minha faculdade até a minha casa é bem grande eu precisava acordar muito cedo para a aula, mas era impossível dormir cedo então dormia em média cerca de 5h por noite.

Depois da aula eu chegava tão cansada em casa que tinha que escolher se queria comer antes de dormir ou dormir e só depois comer… Muitas vezes eu optei por dormir ao invés de comer, e eu dormia praticamente a tarde inteira e ao acordar simplesmente lanchava um café com pão e queijo quente.

Como sempre fui acostumada a sair para comer fora era muito comum substituir o jantar por uma refeição fora de casa com a família e amigos e quase sempre isso era sinônimo de pizza… Então eu também não era muito de jantar, mas se precisasse jantar ainda poderia recorrer a um miojo de legumes ou a uma batatinha frita.

Em épocas de provas eu virava a noite estudando e comendo para ficar acordada, eu não percebi os primeiros quilinhos aparecendo, nem as espinhas crescendo, nem tinha tempo para me atentar ao meu cabelo fraco e minhas unhas quebradiças.

O primeiro período de faculdade terminou, fui aprovada em todas as matérias e eu poderia passear e curtir as minhas férias com meus amigos, e foi em um dia extremamente corriqueiro de férias que ao me arrumar percebi que estava usando calças novas que minha mãe havia comprado no meio do período e elas estavam um pouco justas em mim, pensei que precisaria de um número talvez maior ou um modelo mais largo então olhei para a etiqueta que para minha surpresa era ’38’…. A vida inteira eu usei 34 e não estar confortável em uma 38 era realmente alarmante pra mim.

Corri até o espelho para me dar uma boa olhada e não consegui acreditar no que via refletido, aquela não poderia ser eu, porque 6 meses atrás eu era praticamente uma adolescente frágil de tão magra e agora estava em um corpo que não se parecia com o que eu estava acostumada.

Subi na balança pensando que deveria ter engordado uns 3 kg e ai veio outra surpresa… a balança apontava exatos 61kg.

Com muitos quilos a mais e bem menos saúde eu precisava de uma intervenção urgente na minha forma de interagir com os alimentos e com as atividades físicas.

No princípio eu até achei que tinha engordado tudo isso em 6 meses apenas, mas pensando melhor, hoje percebo que o motivo que me levou a ganhar tantos quilos em tão pouco tempo foi na verdade em decorrência a uma vida inteira de péssimos hábitos alimentares, que eu só não tinha engordado muito mais antes porque fazia exercício e porque estava em fase de crescimento…

A minha realidade era a seguinte: A menos que eu quisesse continuar engordando em um ritmo frenético precisava fazer alguma coisa em prol da minha saúde…. E tenha certeza que eu não queria engordar ainda mais!

Como perdi peso e ganhei saúde ao mesmo tempo

Como já mencionei eu era vegetariana ovo-lacto, eu não comia nenhum tipo de carne animal, porém meu grande erro foi substituir tudo quanto era carne por queijos e massas…  E esse é um erro muito comum de se ver.

E apesar de ser vegetariana nada me impedia de tomar muito refrigerante todos os dias, de comer alimentos ultra-processados e uma quantidade assustadora de gordura.

Eu entendi que precisava mudar essa forma de me alimentar porque eu sabia que nada disso era saudável e que mais cedo ou mais tarde uma vida assim acabaria me trazendo sérios problemas.

Como abandonar o vegetarianismo era algo inaceitável pra mim, porque eu sabia que se eu tinha engordado a culpa era exclusivamente minha que não soube administrar uma dieta balanceada eu decidi dar dois passos importantes na minha ‘jornada’, o primeiro foi emagrecer e o segundo passo foi me tornar vegana e ajudar mais ainda os animais…. Essas eram duas decisões que envolviam muito esforço pessoal e determinação, mas eu precisava disso e sabia que essas mudanças me fariam muito bem.

Eu escrevi em um papel o meu peso e quanto eu queria pesar, escrevi o que eu sentia por estar tão fora de forma e sem saúde e isso me serviu durante 4 meses de incentivo para não desistir.

Me comprometi a gostar de comer comida de verdade e saudável, pois eu não gostava mas precisava gostar, precisava quebrar as barreiras dos preconceitos que eu havia gerado em mim na infância e as barreiras que o meu próprio paladar havia me condicionado  a ter… Então eu comia saladas mesmo que fazendo careta, comi legumes que até então eu não sabia nem mesmo o nome (como por exemplo abobrinha e berinjela) que são coisas super comuns mas totalmente alheias ao meu estilo alimentar anterior.

Além disso cortei o refrigerante de vez, abandonei os biscoitos recheados e salgadinhos e determinei que por um bom tempo não comeria nada frito.

Disse pra mim mesma que eu deveria suar a camisa e me exercitar, mesmo com vergonha de ir para uma academia eu deveria fazer algo nem que fosse em casa mesmo… Então estipulei que faria no mínimo 45 min. de caminhada todos os dias, mesmo quando estivesse chovendo ou fazendo muito calor eu não deixaria de fazer a minha caminhada nem um dia e se eu estivesse com disposição faria qualquer coisa que me fizesse ‘suar a camisa’ como dançar loucamente no meu quarto, bater pernas na piscina, pedalar de bicicleta pelo condomínio ou fazer séries de abdominais e exercícios localizados que eu via no youtube!

O primeiro mês foi extremamente difícil, eu não tinha o hábito de ler rótulos e eu descobri que quase tudo que é industrializado tem leite ou um subproduto do leite, que a maior parte dos alimentos tem um monte de letras e números nas listas de ingredientes e isso tudo indica que eu estava comendo coisas que nem eram ‘comida’ mesmo…

Eu me sentia dolorida por estar caminhando tanto, me vi em uma crise de abstinência por não beber a coca-cola nem um dia na semana e chegava a sonhar com isso, meu corpo não queria se exercitar, meu paladar pedia por pizzas, pães de queijo e sorvetes ao mesmo tempo que se revoltava com o sabor de beterrabas, couve e brócolis.  Era uma luta entre quem eu era com quem eu queria ser…

Mas ao mesmo tempo eu sabia o quanto aquilo era necessário, o quanto eu precisava mudar para viver melhor e meu corpo começava a sentir e a responder aos novos estímulos.

A primeira coisa que reparei (e todos repararam) foi que o meu rosto afinou muito no primeiro mês, em seguida eu reparei que a calça 38 já estava ficando levemente larga porque eu não precisava pular e me contorcer para entrar nela!

Ao ver os primeiros resultados ganhei um animo fora do comum para perseverar… E percebi que não era tão difícil, pois eu poderia comer tudo quanto era ‘saudável’ sempre que desejasse e na quantidade que eu sentisse necessidade, eu comia muito mais do que antes e estava perdendo peso…

No segundo mês eu comecei a ter mais disposição para caminhar, ainda não conseguia correr os 45 minutos, mas intercalava 3 minutos de caminhada com 2 de corrida, aquele era  o máximo que eu conseguia, mas nesse momento eu queria me superar, queria me provar que era totalmente capaz de mudar a minha realidade!

Pra alegria da minha mãe eu descobri que amava alguns alimentos que antes eu dizia odiar, comecei a comer cebola, tomates, pimentões e azeitonas… E isso já era um grande avanço, porque não comia mais forçadamente eu estava realmente curtindo!

Nessa época eu entrei em um estágio numa clínica que ficava dentro de uma academia e poderia malhar gratuitamente, eu que nunca tinha frequentado uma academia por falta de interesse e por achar que não precisava resolvi aproveitar e comecei uma série de musculação durante 3 vezes na semana…Mas não abri mão da minha caminhada de 45 minutos e nem dos exercícios em casa, porque eu tinha muita vergonha de fazer abdominais na frente de um monte de mulheres com o abdome trincado e malhar glúteo era algo que me deixava muito constrangida porque inevitavelmente eu comparava o peso que as outras levantavam com o peso que eu levantava e parecia ridículo revezar com elas..

No terceiro mês eu estava magra, com massa muscular, com disposição para malhar, menos tímida, nem um pouco dolorida com os exercícios…

A minha auto-estima mudou, eu estava gostando mais da imagem que refletia no espelho, mas isso não era por estar magra novamente, era por estar me cuidando mais, prestando mais atenção em mim e porque tudo no meu corpo refletia saúde!

Meu cabelo estava mais forte e crescia numa velocidade incrível pra mim, minha pele estava menos oleosa, minhas unhas mais fortes, meu intestino que nunca funcionou bem estava completamente equilibrado, eu não sentia mais sono durante o dia e conseguia dormir bem a noite ao invés de trocar a noite pelo dia e eu já não sentia falta de refrigerantes e fast food .

No quarto mês eu esbanjava saúde, eu não era o tipo ‘gostosona de academia’ e nem tinha isso como meta, eu não era a menina com a perna grossa e o bumbum incrível, muito menos parecia com as mulheres da tv que ensinam dicas de alimentação e musculação… Mas eu estava feliz por ter um corpo funcional, isto é, eu não precisava mais usar o elevador para ir pra aula no quarto andar eu podia subir pela escada sem chegar morta na sala, eu não precisava mais me encher de café para me sentir acordada e disposta para trabalhar…

Eu estava comprometida em ser alguém saudável em 100% do tempo, por isso comecei a praticar Ioga e meditação em casa, em ler mais sobre alimentação saudável e vegana, em aprender novas receitas que me ajudassem a manter aquele padrão e passei a motivar pessoas a cuidarem mais de si!

A bem da verdade vou confessar que fiquei muito exibicionista, mas entendo hoje que na verdade eu queria apenas mostrar para o mundo como eu tinha vencido a luta que travei, como era possível mudar… Ainda bem que com o tempo o exibicionismo passou, eu amadureci infinitamente durante e após esse processo, e hoje consigo falar com o mesmo entusiasmo de antes porém com mais coerência e menos fanatismo que ”Se eu consegui, todo mundo consegue”.

Isso tudo aconteceu no final de 2012 e início de 2013. Agora em 2015 eu continuo pesando 50kg, fazendo meditações diárias, me exercitando com regularidade e mantendo uma rotina alimentar saudável, vez ou outra me permito comer alimentos industrializados e doces que preparo em casa, mas nunca mais voltei a ser como era antes porque me comprometi a ser saudável para toda a minha vida, e isso foi a maior declaração de amor que eu poderia me dar!

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4 Comentários. Deixe novo

  • Que inspiradora essa estória. Parabéns. Me inspirou para eu lutar pela minha saúde.

    Responder
    • =) Fico feliz por saber que o meu relato te inspirou Yu!
      Volte sempre e conte comigo no que eu puder ajudar para que você consiga melhorar seus hábitos de vida para ser uma pessoa mais saudável! =)

      Responder
  • Nossa Debi! Que história linda!!
    Atualmente passo pelo processo de reeducação alimentar e deixei de comer todo tipo de carne e aos poucos vou conseguir me tornar vegana.
    Sua história me inspirou muito e isso só aumenta a minha vontade de vencer também.

    Obrigada por compartilhar uma história tão linda como essa.
    Espero poder um dia também contar a minha história quando eu vencer esses quilos que me “matam”.

    Responder
    • Mari,

      Reeducações alimentares são quase sempre bem complexas e difíceis, pois envolvem mudar coisas que estão entranhadas nos nossos hábitos desde a infância as vezes, mas essa é uma luta que você certamente vencerá se não desanimar!

      Acredite que você já é uma mulher incrivelmente linda, ame-se muito e lute para ter uma vida mais saudável sempre que possível!

      Eu consegui mudar o meu corpo quando mudei a minha forma de ‘enxergar’ a questão da saúde alimentar e aprendi a valorizar a atividade física como um meio de me tornar uma pessoa mais saudável… E acredito piamente que a alimentação correta e uma prática de atividade física podem transformar não apenas o nosso corpo mas a nossa mente pois ficamos mais felizes devido a liberação de hormônios de prazer liberados com a atividade física, ficamos com a mente mais ‘aberta a ter novos pensamentos’ ao trabalharmos a nossa respiração durante os exercícios e ainda conseguimos suprir o nosso corpo com aquilo que ele realmente necessita!

      Espero ver você de volta aqui no site para contar sobre a sua ‘vitória final’! Fico muito feliz por saber que eu te inspirei!!! <3

      Um grande beijo libertário, Debbi C'ruz

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