Camila Sanches fala sobre maternidade vegana

Camila Sanches conta sobre como o seu filho Nik de apenas 2 anos a fez virar vegana. – Maternidade vegana e consciência infantil! 

Minha história já começa meio maluca, buscando o novo e enfrentando muitos desafios porém vivendo a liberdade do meu ser.

Engravidei na Tailândia, quando estava morando na China de um namorado da Nova Zelândia. Era uma menina normal de 23 anos, me considerando normal porque não havia nenhuma limitação, principalmente para alimentação.

Voltei para o Brasil com o namorado e depois de 4 meses de gravides nos separamos porque queria continuar no Brasil com a minha família, onde eu me sentia segura para ter uma gestação tranquila e o namorado, que não era mais, voltou para a Nova Zelândia.

Desde o nascimento do meu filho, um universo novo surgiu dentro de mim, muita pesquisa ligada a amamentação, alimentação natural e sustentabilidade.

Sempre amei animais com todas as minhas forças, sempre amei nosso planeta e queria contribuir de alguma forma. Comer carne me fazia mal, além de muitos enjoos, quase todo mês ficava mal do estomago, mas nunca entendi o porquê disso. Meu psicológico também não ficava bem depois de engolir pedaços de animais, eu sabia o que era e tinha muita vontade de mudar, mas comia mesmo assim, tapava os olhos, fingia que não ouvia nem via, só engolia. Até que em um certo dia meu filho com quase 2 anos estava almoçando e eu ofereci um pedaço de peixe, insisti porque ele nunca queria comer e a mãe ingênua falou: come filho, faz bem, e o filho esperto falou: Não vou comer peixe, peixe vive!

……PRONTO!

Foi o dia que eu me senti livre, o dia que consegui enxergar uma mega limpeza energética em mim e no meu filho. OK, não dei o peixe e pensei: Por que não ser sincera com meu próprio filho e falar o que é e da onde vem a carne? Peixe ele já sabe porque oferecemos as crianças com o mesmo nome, diferente da carne.

Então, falei: Filho, você sabe o que é a carne? É um animal morto, pessoas mataram pra comer.

E ele respondeu curto e grosso: Então por que você me dá um animal morto pra comer?

Respondi: Desculpa filho, não vou mais dar, obrigada meu amor!

Depois de milhares de perguntas do meu filho, como por exemplo, por que pessoas fazem isso, por que destroem as famílias dos animais…

Mudamos da água para o vinho, sem transição. Pra ele foi super fácil, ele só comia o que eu comia e o que eu dava então posso dizer que foi fácil, minha mãe que era a pessoa que cozinhava pra nós, também se tornou vegana, aprendeu muitas receitas e fez o melhor que podia, então graças a ela nos alimentávamos muito bem.

Agora, meu filho tem 4 anos ainda amamento, estamos morando na Nova Zelândia com o pai dele, que não é vegano, parou de comer carne bovina e suína, porém ainda come peixes, ovos e laticínios, ele está aprendendo a lidar com essa situação. Antes de sair do Brasil eu falei pra ele sobre a nossa alimentação, que não vamos mudar e pra ele não oferecer e nem tentar mudar isso. A princípio está dando super certo, ele está respeitando mesmo sem estar totalmente confiantes sobre a saúde. Apesar de eu sempre explicar.

Meu filho está com a cabeça formada, acredito eu, sempre que oferecem algo pra ele, ele pergunta se é vegano. Antes de ir em festas, de ver a família comendo carnes, explicava o que ia acontecer, levava a nossa comida separada, falava e falo o porque não devemos aceitar coisas de origem animal, sempre falando o que há por trás daquele alimento que parece ser bonitinho pra quem vê mas que na real era um ser que queria viver e lutou pela sua vida.

Quando viajamos sempre levo muita comida pra nós, tipo snacks. No avião peço a opção vegana, alguns voos a comida é péssima, mas comemos, aceitamos o que tem, não sendo de origem animal tá tranquilo pra matar a fome.

Quando envolve um filho, precisamos ser persistentes, estar conversando muito e explicando tudo corretamente. Não é fácil, no Brasil com a minha família e amigos sempre achei muito tranquilo, as pessoas que estavam ao meu redor aceitavam mais, nunca ninguém perguntou das proteínas pra mim rs. Agora, aqui na Nova Zelândia apesar de quase todos os lugares terem opção vegana, mais que em muitos lugares no Brasil, as pessoas ainda estão um pouco fechadas para isso, acham que estamos doentes, que sou radical por não encher meu filho de doces e hambúrgueres. Mas sigo confiante e pedindo forças para que eu saiba lidar sempre com as novas situações e que meu filho continue nesse caminho. Porque tentações pra ele são muitas, ele quer fazer e experimentar coisas novas, por isso sempre tenho uma longa conversa com ele antes.

 

 

 

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