Conheça a Fábrica Veg Ana da Ana e do Manuel

A Fábrica Veg Ana da Ana e de seu marido Manuel é um dos empreendimentos veganos que você que mora no Rio de Janeiro precisa conhecer!

Ela faz doces incríveis, atende em feiras e aplicativos de entrega e tem uma história linda… São empreendedores como eles que tornam o veganismo mais viável para dezenas de pessoas que não sabem ou não podem cozinhar e que durante a quarentena do corona-vírus tiveram que comemorar seus aniversários em isolamento.

Essa entrevista é uma forma de incentivar o empreendedorismo vegano, propagar boas empresas que levam a sério os ideais do veganismo e ainda te dar uma ótima opção de onde encomendar doces, kits festas e muito mais!

Para entrar em contato: Lembrando que a Fábrica Veg Ana é do Rio de Janeiro!

Intagram – @fabricavegana
E-mail: fabricavegana@gmail.com
Wattasapp.+55 21 99319-1428

Jornada Veg Ana: Como surgiu a Fábrica Vegana? Há quanto tempo existe? 

 Fábrica Veg Ana: É interessante por que eu nunca gostei de cozinhar. Isso era apenas um mal necessário, mas eu ajudava a minha mãe, essa sim, uma doceira maravilhosa, e quando me tornei vegana , comecei a tentar reproduzir as coisas que ela fazia só pra matar a saudade que eu tenho dela.
Nisso começou um período muito difícil , onde eu perdi várias pessoas queridas em pouco espaço de tempo.
Eu acabei desenvolvendo uma depressão complicada. Meu marido percebeu e começamos a buscar atividades de que eu gostasse. Descobrimos as feiras veganas. Era a minha opção de lazer.
Nessa época ele estava sem trabalho e o orçamento apertado e foi quando surgiu a ideia de também vender os doces, que a essa altura  eu já fazia pras pessoas próximas, numa feira vegana.
E aí ele montou a “Fábrica Veg Ana Doçaria Artesanal”, onde ele administra tudo e eu sou só cozinheira. Doceira, no caso.
Muito comunicativo, ele descobriu que uma das expositoras da VegBorá iria ficar sem expor por dois meses e foi assim conseguimos uma vaga para a edição especial de 3 anos.
Dia 14 de julho de 2019, dia da queda da bastilha.
No dia 13 de julho de 2019, no entanto , nós decidimos fechar a Fábrica., sério
Eu passei o dia fazendo bolos e doces e no fim da tarde eu passava tão mal, de nervoso, que suava frio, tive náusea, tonteira, a pressão subiu, enfim. Naquele momento ele me disse “amorzinho, esquece, eu tive uma péssima ideia, a gente desiste da feira , desiste de tudo, o mais importante é sua saúde”.
E nós desistimos e eu fui dormir.
Acordei às 3 da manhã e olhei pra tudo que já estava encaminhado , pensei no quanto tinha investido no aluguel do espaço, no que eu ia fazer com tanto bolo e em quantas doceiras maravilhosas gostariam de uma vaga na VegBorá.
Parti pra montar tudo só pra aquela feira. Dia 14 de julho de 2019 a Fábrica Vegana renasceu, por um dia só.
Mas as coisas são estranhas e maravilhosas.
Quando eu me vi atrás de uma barraca eu me lembrei do meu pai, que  também já se foi. Ele foi feirante por 50 anos..Eu estava fazendo doces como a mãe e feirante como o pai. E eu amei isso.
E ver as pessoas gostando do que eu fazia, com doces que traziam uma memória afetiva muito forte pra mim e pro público.
Eu achei ali meu ikigai. Aquilo que eu faço, ganho dinheiro, claro, mas faço por que tem um propósito além do produto.
Eu digo que eu não vendo doces, eu trago através do paladar, as memórias da minha infância e da infância de muitas pessoas.
Eu participo um pouquinho da história das pessoas naquela festa de aniversário totalmente vegana em que finalmente todo mundo pode compartilhar.
Numa cesta de presente recheada de chocolates que uma turma envia para sua professora querida e ela pode desfrutar, não só do presente, mas de todos os doces por que são veganos.
Resultado disso é que eu estou diminuindo o meu remédio. Minha psiquiatra diz que eu sou das poucas que, nessa pandemia, conseguiu diminuir as doses.
Isso porque , apesar de continuar com meu trabalho fixo, agora em home-office, o tempo que eu não gasto me deslocando até o escritório, eu posso dedicar aos doces,  veganizando os sabores tradicionais, estudando tudo que envolve a produção de doces seguros, veganos e saudáveis. É o que me move.
E eu agradeço cada feedback, um ou outro com uma crítica que eu encaro como “sugestão”. . E agradeço principalmente cada “hummm” que eu ouvi .

Esses são o Manuel e a Ana, o Manuel é o marido da Ana, quem projetou a ideia da Fábrica Vegana e a Ana é a doceira de mão cheia que faz os quitutes veganos mais maravilhosos do mundo.

Juntos eles formam a Fábrica Vegana.

Essa é a Natália, filha da Ana e do Manuel que ajuda aos pais nas feiras.

Esse é um dos brownies mais maravilhosos do mundo feito pela Ana, se você for na feira ou estiver usando o Ifood prove!!! 

E se não for pra comer com os olhos é melhor nem pedir! Porque as tortas e bolos da Ana são lindos e não ficam pra trás pra nenhuma confeitaria convencional… Olha só se não dá água na boca!?

Torta de abacaxi pra deixar o seu dia mais tropical!

Manuel vendendo os quitutes da Ana em uma feira. 

Jornada Vegana: Qual é o maior desafio de uma empreendedora vegana?
Fábrica Veg Ana: Pensei uma época em tirar o termo “vegana” do nome, embora seja Veg Ana na realidade.
Algumas pessoas tem preconceito com o veganismo ainda. Mas desisti de mudar, já que perderia parte do meu propósito que é levar o veganismo também para não veganos.
O maior desafio , no entanto, é enfrentar essa ” polícia vegana ” e as divisões, despropositadas eu acho, que existem no meio vegano , principalmente no Brasil.
E esse é um terreno nebuloso. Eu acho que existe “veganismo”, e eu sigo as ideias da The Vegan Society . E existem outras coisas, como Sustentabilidade, Ecologia…
Existem outras tendências, como comida saudável, livre de agrotóxicos, menos processadas.. E eu acho que não dá pra juntar tudo isso sob o termo Veganismo.
Quando a gente adota o veganismo pra vida, parece que a consciência de todas essas coisas desaba de um jeito que a gente fica até confuso e sai misturando até veganismo com política partidária.
Isso é ruim para divulgação do veganismo entre as pessoas. E ruim pra nós que ficamos cada vez mais separados, num momento em que deveríamos estar ainda mais unidos.
Jornada Vegana: Qual é o seu público alvo e como você faz para levar os seus produtos até ele?
Fábrica Veg Ana: Meu público alvo é principalmente a galera vegana, sem deixar de lado os que as circundam.
Tipo, eu mando um kit-festa onde só a aniversariante é vegana, mas eu quero atingir o pai , a mãe, pessoas que muitas vezes nem concordam com a opção da filha.
E eles comem o bolo, acham ótimo e eu espero que com isso comecem a pelo menos, aceitar que ser vegano não é um problema,
Tem outro público que surgiu e eu nem pensava neles antes, que são os alérgicos. Principalmente os que têm alergia ao leite e ao ovo.
É um público bom também, eu os chamo, brincando,  de predestinados ao veganismo.
Quanto á divulgação, hoje só redes sociais mesmo e o boca a- boca virtual.
Também estamos participando de feiras virtuais e aguardando uma situação mais segura que nos permita ir pras presenciais de novo.

Já conseguiu sentir a suculência através de uma foto? Então olha bem pra essa…

Jornada Vegana: O que mais a fábrica veg Ana vende além de bolos deliciosos? 
Fábrica Veg Ana: Nossos bolos nem são a maior parte do que a gente faz. Tem os brownies, os pães de melado, os docinhos de festa e os doces sazonais, como ovo de páscoa e hoje, exatamente, os doces juninos: Paçoca, pé-de-moleque, canjica, arroz doce, maçã do amor.
Temos também as cestas de café da manhã, de chocolate, de lanche, de queijos e vinhos e caixas presenteáveis.
A linha de chocolates que está começando com as barras recheadas, também, está tendo ótima aceitação.
E a ideia aqui é trazer os chocolates e bombons tradicionais, tipo prestígio, sensação, shokito, twix.. tudo vegano e sem conservantes.

Os produtos da Fábrica Veg Ana são ideais para presentear a quem amamos olha só que maravilha seria receber em casa uma delícia dessa! 

Jornada Vegana: A fábrica veg Ana faz bolos de casamento, festa de 15 anos e outros bolos comemorativos? 
Fábroca Veg Ana: Ainda não tivemos uma encomenda para casamento. Já fizemos 15 anos e vários bolos de aniversário. Hoje os bolos são pequenos, precisa deixar passar a pandemia.
Jornada Vegana: O que é cozinhar pra você? 
Fábrica Veg Ana: É uma descoberta!
A minha cozinha é meio que um laboratório onde eu testo sabores e texturas para alcançar aquela memória de infância.
É meu segundo emprego, meu plano B, quase  um hobby que eu encaro muito profissionalmente e que, embora eu adore meu plano A e me dediquei muito profissionalmente a ele também, espero possa vir a ser único plano dentro em breve, nem tanto por gosto, mas por questão de tempo mesmo. Eu já estou passando da meia idade, né?
Jornada Vegana: Você poderia deixar um recado para quem ainda não é vegano, está pensando em se tornar mas fica na dúvida se encontrará comidas como tortas e salgadinhos bons na culinária vegana?
Fábrica Vegana: Eu sou vegana há quatro anos e a mudança que houve nesse mercado é incrível.
Tem muito mais opções hoje. Até as grandes indústrias estão percebendo isso.
Veganismo é o futuro, já nem é tendencia mais, é uma realidade cada vez mais presente.
O que eu vejo, no entanto, é que as pessoas têm muita dificuldade com ovos e laticínios.
Bolos, tortas, doces e salgadinhos já não tem porquê não consumi-los veganos.
Claro que uma coxinha de jaca não é igual a uma de frango, mas, muitas vezes, pode ser mais gostosa.
E os  queijos vegetais estão cada dia mais diversificados e acessíveis… Com isso nossas opções de salgados, tortas e doces está crescendo e tem cada vez mais culinaristas se dedicando a esse mercado., além de várias pessoas como vocês divulgando receitas práticas e deliciosas.
Jornada Vegana: Você pode dar uma dica para veganos que desejam começar seu próprio negócio no ramo alimentício? 
Fábrica Vegana: A dica é a mesma pra todo mundo que quer começar qualquer negócio:Busque algo que você ama e que possa  resolver o problema de várias pessoas.
E depois estude para poder oferecer um produto ou serviço de qualidade.
E não pare, por que quanto mais a gente aprende coisas, mais a gente percebe o tanto de coisas ainda temos para aprender.

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5 Comentários. Deixe novo

  • Estes foram os melhores doces vegano que experimentei, recomendo de olhos fechados , parabéns Manoel e Ana pelos doces maravilhosos .

    Responder
  • Claudio Menezes
    16 de julho de 2020 18:22

    Eu quero de chocolate, irei comprar em breve.

    Responder
  • Fico só namorando os doces daqui de longe. Adoro e são lindos! Me lembra os sabores dos bolos da tia Mercês e as decorações que só a Ana fazia.
    Acho ótima essa ideia de que o saudável pode ser delicioso. Eu mesma, como não sei cozinhar, tenho muitas dificuldades em bolar ideias saudáveis porque o não saudável seria muito mais prático, assim, meu cardápio fica muito restrito. E, ter opções, como a sua , são ideias maravilhosas.
    Aqui em VR existe almoço, lanches escolares mas, uma fábrica igual a sua, ainda não tem.

    Responder
  • luciana assumpção
    7 de outubro de 2020 13:15

    gostei muito das reportagens das fabricas de sorvete e do vegAna…..não tem nada aqui em SP?

    Responder
    • Olá Luciana! Infelizmente não temos reportagens sobre empresas de São Paulo ainda.

      Mas será um prazer qualquer dia produzir algum conteúdo sobre empresas veganas de São Paulo a convite de produtores!

      Um beijo libertário, Debbi C’ruz

      Responder

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