Comida acessível em dietas restritivas

Entendendo o que são as dietas restritivas.

Estou escrevendo este post porque recentemente tenho visto muitas pessoas reclamando em redes sociais da dificuldade que é encontrar alimentos que contemplem as exigências de dietas restritivas.

Então para início de conversa vamos esclarecer o que eu estou falando com o termo ‘dieta’! Dieta ao contrário do que muitas pessoas erroneamente pensam que é, não é só um termo que define uma alimentação para perder peso ou gordura… Dieta é um termo referente ao modo como uma pessoa se alimenta para atender suas necessidades individuais.

Então podemos dizer que do ponto de vista alimentar existe uma ‘dieta vegana’ (mais uma vez sem entrar no mérito de perder peso ou não), já que para muitos o respeito e a compaixão animal é um ideal de vida e por isso torna-se uma necessidade individual não comer alimentos de origem animal.

E existem dezenas de outras dietas, muitas delas inclusive dentro do próprio veganismo que estabelecem outras exigências com propósitos diferentes… É o exemplo dos intolerantes a lactose ou alérgicos ao leite que por uma questão de rejeição do organismo e incapacidade de digerir bem o leite ou uma parte da composição do leite acabam tendo que estabelecer uma dieta sem este ingrediente…

E há também os que mesmo não tendo intolerâncias alimentares ou alergias resolvem adotar dietas alimentares diferentes, o que é cada vez mais comum de se ver, já que as pessoas consideram que uma dieta, por exemplo, sem lactose e sem glúten pode ajudar no emagrecimento… Se isso funciona ou não eu prefiro deixar para os especialistas, mas o fato é que muitas pessoas tem adotado dietas desse tipo nos últimos anos.

Já que o termo ‘dieta’ já foi explicado resta-me explicar o motivo pelo qual existe o segundo termo: O que seria uma dieta ‘restritiva’!?

Quando decidimos que não colocaremos na dieta um certo alimento, ou grupo de alimento, quando controlamos a quantidade ou a qualidade do que iremos comer, quando colocamos qualquer barreira (e vou deixar claro que não estou dando nenhuma conotação de bom ou ruim, e barreira é só uma forma de ilustrar como delimitamos o que vamos ou não comer) estamos criando uma dieta restritiva.

Se uma pessoa decide comer apenas alimentos orgânicos ela está restringindo o leque de alimentos que ela pode comer, se alguém decide cortar todos os ingredientes de origem animal está também restringindo… A restrição é muitas vezes uma medida para garantir a qualidade do que se come e atender aos propósitos da dieta….

Há quem só restrinja a quantidade e não ligue para a qualidade, talvez você já tenha visto o documentário ‘A dieta do palhaço’ onde um homem decide mostrar o que acontece com o corpo ao comer apenas as comidas de uma rede famosa de junk e fast food, ele restringiu a quantidade de comida pois precisava comer umas 3 ou 4 refeições ao longo do dia e não se importou com a qualidade do que estava comendo…

Há os que restringem o tipo de alimento mas não restrinja a quantidade, é o caso mostrado no documentário ‘Sugar Vs Fat’, onde dois irmãos gêmeos idênticos, médicos, decidem fazer uma mudança significativa em suas dietas, um vai comer só alimentos ricos em gordura e outro vai comer só alimentos ricos em açúcar… E eles podiam comer a vontade os tipos de alimentos que se enquadravam em suas respectivas dietas.

 Ter uma dieta restritiva não é algo que possamos classificar como ‘bom ou ruim’, mas o fato é que alguns grupos de pessoas com dietas restritivas tem se queixado muito sobre a dificuldade que é achar itens que satisfaçam suas exigências pessoais, então agora que os termos já foram devidamente explicados vou dar as dicas de como achar comida ‘fácil’!

Seja otimista!

Se você já sai de casa pensando que irá se irritar porque não achará nada no mercado existe uma grande probabilidade de seus olhos não enxergarem bem diante de você os itens que podem fazer toda a diferença…

Não é ter o pensamento irreal de que o mercado será inteiramente dedicado a sua dieta e possuirá todos aqueles produtos específicos que só quem se alimenta como você sabe que existe, mas estar aberto(a) a descobrir novas alternativas é sempre uma boa escolha!

Eu apoio as pessoas que querem mais opções e por isso chamam o gerente, mas existem duas formas de fazer isso:

A primeira é reclamando, falando desaforadamente que não entende como um mercado daquele porte não possui opções para o seu tipo de dieta… Essa primeira opção eu já adianto que não é a melhor e nem a mais eficiente!

A segunda opção é conversar com o gerente sobre como você está feliz por ter encontrado alguns dos itens que pode usar e deixar como sugestão que o mercado disponibilize outros que ainda não estão a venda, você pode inclusive dar uma listinha com o nome das empresas que produzem e dizer o que gostaria de ver por lá. Essa é a maneira mais simples e rápida de se conseguir o que deseja, pois o gerente não tentará se justificar por não ter aquilo que você precisa como no primeiro caso em que ele criará um escuto para se defender e defender o mercado das suas críticas, mas ele se sentirá encorajado a melhorar o que já está sendo feito…

E cá pra nós todo mercado tem coisas pra qualquer tipo de dieta  e se alguém teimar que não tem é melhor pensar duas vezes (vou dar um exemplo para os que não conseguem visualizar: Frutas, todos os mercados tem, elas são sem lactose, sem glúten, sem ingredientes de origem animal… Outro exemplo: Verduras, são igualmente sem glúten, sem lactose, vegans, sem soja…)

Veja o lado bom da sua dieta e não tente comprar briga com todo o mundo, pois as pessoas não são obrigadas a saber as mesmas informações que você sabe e considere que há um número muito maior de clientes que consomem outros tipos de produtos e por isso eles são oferecidos em maior quantidade.

Não faça papel de bobo(a): Informe-se!

Para não ficar fazendo papel de bobo na frente dos outros (e nem quando estiver a só) é preciso se informar sobre aquilo que você come… Porque se você começar a reclamar com um gerente de supermercado que não há farinha sem glúten no mercado e eu estiver passando do lado (porque sou intrometida ao extremo quando o assunto é barraco) te pegarei pela mão e mostrarei as farinhas sem glúten que praticamente todos os mercados (até os menores mercadinhos) tem, por exemplo:

O fubá, o amido de milho (também conhecido como maisena), a farinha de mesa (que é farinha de mandioca) e   a fécula de batata (que sempre passa batida mas é fácil encontrar)…

E provavelmente se você for essa pessoa reclamando estará se queixando de não ter a farinha de arroz ou outra farinha que é bem mais cara e ainda é pouco comum de se ver em alguns locais, mas  o fato é que a maior parte dos mercados oferece opções de farinha sem glúten!

Eu quase tenho um treco quando ouço algum vegano dizendo que é difícil manter uma dieta livre de ingredientes de origem animal… Porque a maior parte das coisas oferecidas no mercado são sem ingredientes de origem animal! Frutas, verduras, legumes, castanhas, farinhas, tubérculos, temperos, cereais… Mas sempre tem um (na maioria das vezes um não vegano) que diz que pra ser vegano tem que saber cozinhar, isso é a maior lorota do mundo! Porque uma pessoa que não sabe cozinhar e não é vegana vai comer mal (não estou dizendo em questão de sabor, pois existem dezenas de comidas congeladas saborosas, mas nutricionalmente vazias) tanto quanto um vegano que não sabe cozinhar e por isso não comerá as coisas mais deliciosas do mundo, a diferença é que o vegano vai comer mais saudável por não ter as mesmas opções congeladas e o máximo que pode acontecer é que ele se alimente como o meu namorado: Assando batatas no microondas, fazendo arroz integral de pacotinho e comendo mais frutas e verduras cruas… O que não é nenhum sacrifício! (Tenho que admitir que meu namorado está aprendendo a cozinhar de verdade e isso o tem feito comer coisas mais saborosas).

As opções sem glúten, sem lactose e sem ingredientes de origem animal sempre existiram e a menos que  venham adesivadas com símbolos que representam esses tipos de dietas restritivas elas são opções baratas (e se um pacotinho de batatas vier com um ‘V’ de vegan certamente esse pacotinho será mais caro do que qualquer batata por mais que seja exatamente a mesma coisa!).

 

Faça você mesmo (a)!

Aqui vai um segredinho que salva vidas (literalmente, porque o número de pessoas que desistem do vegetarianismo/veganismo por falta de ‘opções’ alimentares é triste): Faça você mesmo(a) o que deseja comer!

Não espere que o queijo vegano ultraprocessado  ou o queijo sem lactose chegue até a vendinha perto da sua casa para que você prove o que é um queijo vegano ou sem lactose se você morre de vontade de provar um! Existem receitas (inclusive aqui no site tem uma parte só de queijos) que você pode fazer em casa gastando menos e produzindo mais do que o preço de um desses industrializados – que na maioria das vezes nem são saudáveis! (clique aqui para ver a parte dos queijos vegetais do site)

Se você não acha um creme de leite sem lactose/vegano aprenda a fazer um! São muitas as receitas  na internet… E a partir desse ingrediente você abre um novo leque de receitas! (clique aqui para ver a receita do creme de leite).

Se você não consegue lanchar na rua experimente levar um lanche na mochila ou bolsa, além de economizar você vai ter certeza que está comendo algo preparado conforme suas exigências.

Aqui estão algumas dicas de lanches saborosos para dietas restritivas, todas são veganas:

Pão de queijo  – sem lactose, sem soja e sem glúten.

Esfiha – Sem lactose, pode ser sem soja – contém glúten.

Pastel – Sem lactose, sem soja – contém glúten.

Docinho de abacaxi – Sem lactose, sem glúten, sem soja.

Verrine – Sem lactose, sem glúten e sem soja.

Empadinha – Sem lactose, sem soja – com glúten.

Cupcake de abacaxi – Sem lactose, sem soja – com glúten.

Brownie – Sem lactose, sem soja – com glúten.

Docinho crudívoro – Sem lactose, sem soja e sem glúten.

Creme de abacate – Sem lactose, sem soja e sem glúten.

Falafel – Sem lactose, sem soja e sem glúten.

Pizza de aipim – sem lactose, sem soja e sem glúten.

Docinho de damasco – Sem lactose, sem soja e sem glúten.

Artigos Relacionados

2 Comentários. Deixe novo

  • Uou! Tapa na cara da sociedade! Amei teu post! <3

    Responder
    • <3 É que as vezes a gente reclama muito e enxerga pouco... basta uma ajudinha pra que a gente veja as muitas opções que existem e um pouco de jeito pra conquistar outras tantas que ainda não estão presentes, mas o melhor mesmo é arregaçar as mangas e colocar a mão na massa! =D

      Gratidão pelo elogio!

      Beijinhos libertários, Debbi C'ruz!

      Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.

Pesquisar no site